Artigo - Desempenho dos indicadores do Comércio e de Serviços – 2023 e 2024

Artigo - Desempenho dos indicadores do Comércio e de Serviços – 2023 e 2024

Por Francisco de Assis Mourão – Economista, professor universitário e consultor de empresas

1 – Posicionamento do setor comercial perante a macroeconomia do estado do Amazonas.

O Setor Comércio no Estado do Amazonas inicia seu grau de importância na matriz econômica estadual por sua participação majoritária na ARRECADAÇÃO DO ICMS TOTAL em 2023, contribuindo com o percentual de 60,90% para os cofres governamentais.

Embora esse número tenha sido divulgado pela SEFAZ/Am ainda se nota a clara preocupação do Governo local com o Distrito Industrial de Manaus, mesmo a despeito de esse posicionamento soberbo do comércio, comparativamente, representar em 2023 não menos que 47,25% de participação na formação do PIB ESTADUAL contra 30,61% da Indústria no mesmo período.

Os indicadores dos EMPREGOS FORMAIS também são excelentes para o Setor Comercial onde este empregou não menos que 341 mil pessoas qualificadas para as mais diversas ocupações dentro da área comercial, sendo que o Distrito Industrial empregou 124 mil pessoas conforme informações constantes do CAGED de 2023.

2 – A situação face as expectativas de consumo das famílias.

Claro está que a Renda do Consumidor aplicada ao Consumo em Bens e Serviços sendo a sobra não consumida automaticamente destinada aos INVESTIMENTOS e APLICAÇÕES FINANCEIRAS.

O resultado dessa equação fez o consumo descrever uma curva ascendente até setembro/outubro de 2023, atingindo seu pico nesses meses, passando a decrescer até fins de fevereiro/24. Esse é um fato real registrado na formação do faturamento mensal do comerciante, não deixando dúvidas sobre o futuro desempenho do consumo: decréscimos, face as expectativas negativas das políticas macro-econômicas do Governo Federal, principalmente no atinente as alterações a serem impostas pela Reforma Tributária junto ao mecanismo da Zona Franca de Manaus.

A queda havida na curva do consumo impactou negativamente os outros indicadores do Comércio que vinham, na verdade, apresentando comportamentos positivos, mas que ficaram ao sabor dessas EXTERNALIDADES ECONÔMICAS NEGATIVAS (importação de desvios não desejáveis atraídos para a parte interna da economia amazonense), a saber:

  • Nível de Emprego Atual (menos) 2,5%
  • Perspectiva Profissional (menos) 3,3%
  • Renda Atual (menos) 0,7%
  • Compra a prazo-acesso ao crédito (menos) 3,0%
  • Perspectiva de consumo (menos) 1,40%

Destaca-se, como uma das principais EXTERNALIDADES NEGATIVAS IMPOSTADAS está configurada na perversa ESTIAGEM imposta pelo Sistema Ecológico da Amazônia que com seus tentáculos de chuvas escassas prejudicou a economia do Amazonas em todos os seus quadrantes.

Que nossos políticos e governantes sejam tocados pela virtude do trabalho generoso para buscar as soluções adequadas e urgentes, como forma de minorar o flagelo dos amazônidas que teimam em amar o solo que nossos antepassados desbravaram e nos entregaram como galardão da vida.

* Todas as fontes deste artigo foram retiradas das publicações Painel da Economia – Fecomércio Am, Pesquisa Mensal do Comércio dez/23 – IBGE e Indicadores da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.